Dúvida do Anjo: A minha dúvida é referente ao tempo do passeio com relação a cães de baixa resistência, quero dizer, cães como bulldogs, pugs entre outros que devido ao focinho curto tendem a se cansar mais rápido e até mesmo de alguns casos de cães idosos que apesar de precisarem se exercitar muitas vezes não possuem o mesmo pique. Como devemos fazer? O que é mais recomendado se tivermos clientes assim?
Resposta: Essa pergunta é SUPER IMPORTANTE para os passeios, até porque é cada vez mais comum (na moda) as raças com focinho "achatado". Cães com focinho "batido" são chamados braquicefálicos, (e são os que você comentou mesmo: Pugs, Shih-tzu, Bulldogs, Boston Terrier, Cavalier King Charles, Boxer, Pequinês, este último cada vez mais raro no Brasil) são mais sensíveis, pois têm dificuldade na troca de temperatura corpórea, e para respirarem. Isso por terem várias alterações: abertura das narinas menores, palato mole mais comprido, estreitamento da traqueia, dentre outras. E essa dificuldade ocorre especialmente em altas temperaturas e durante exercício físico, evidentemente, né? É o que chamamos de síndrome respiratória dos braquicefálicos.
Os CUIDADOS RESPIRATÓRIOS devem ser:
- Passear apenas nos períodos mais frescos do dia (de manhã entre 6h e 9h; e tarde/noite apenas após as 16h);
- Sempre levar água com você, e fazer pelo menos 3 pausas de pelo menos 2 minutos em locais frescos e calmos durante o passeio de uma hora para descansar e se resfriar bebendo água ou ao menos molhando o focinho;
- Observar e acompanhar os sons do cão (murmúrios, afetos excessivos, barulhos de dificuldade para respirar, a cor da língua se ficar roxa é um sinal de que não está conseguindo circular bem o sangue, p ex), e parar se vir algum sinal;
- Se o animal já tiver mais dificuldades, for idoso, tiver alguma complicação respiratória, circulatória, de locomoção, etc, fazer passeios mais curtos e passar o resto do tempo brincando/fazendo jogos com o pet. Em uma praça ou em casa. E estes cães geralmente também têm os olhos "para fora", né? Devido à conformação dos ossos da cabeça os olhos não se inserem perfeitamente, o que leva a problemas nas pálpebras, córnea, etc.
É recomendado perguntar ao cliente se o pet sofre de ressecamento dos olhos, se costuma passar algum colírio, se o olho já saiu da órbita, etc. E se caso um dia ocorrer durante o passeio de o olho "sair" (e claro, não estiver acontecendo nada mais grave concomitante com o cão), lembre de estar em controle da situação, colocar bastante gaze ou um tecido que tenha a disposição (pode ser até uma roupa sua) ao redor do globo ocular para impedir traumas, batidas, etc, e mantenha o olho sempre bem úmido com soro fisiológico (se não tiver, use; água ao menos). Estes são os primeiros socorros específicos. E claro, vá imediatamente ao veterinário do cliente ou o mais próximo.
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